quinta-feira, 7 de abril de 2011

Av. que liga o bairro dos Prados ao do Istor Luppi

Programas

Agora, se você acha que os encaminhamentos políticos municipais de algum modo interferem na sua vida, se você acha que é importante ter um papel ativo na construção da Democracia ou se você enjoou de ver Big Brother,  acha que as novelas da Globo são sempre iguais( o Boninho só muda os rostos bonitos dos protagonistas) e que o Tarcíso Meira faz sempre o mesmo papel, eis uma opção: a Câmara Municipal dos Vereadores tem um site oficial, onde -- entre outras informações -- as sessões são transmitidas on line. É só clicar aqui.

Passado o tom humorístico, vale ressaltar que a iniciativa colabora para a transparência das ações dos parlamentares, algo importante para as Democracias sérias.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Ciclovias e a cidade para pessoas

Para conseguir me agüentar, costumo fazer passeios ou exercícios onde eu possa espairecer. Outro dia sai andar de bicicleta e, em vez de me distrair, acabei piorando meu humor. Quase fui atropelado na Avenida Rio Branco por um carro que virou sem dar seta e, dois minutos depois, tive um pneu furado num buraco na ciclovia da Av. dos Italianos. Enquanto empurrava raivosamente a magrela para casa, fui pensando: a cidade é pensada para os carros, só anda de bicicleta quem ainda não pode comprar o seu ( se você nunca ouviu falar em american way of life e acha que estou exagerando, clique aqui). Em pouquíssimas ruas há um espaço próprio para bicicletas e, nas que há, está mal cuidado. Mas nem todo lugar é assim.

  Buenos Aires, Curitiba, Amsterdam, Indaiatuba, Florianópolis, Rio de Janeiro, em todos esses lugares, crianças, jovens e até idosos usam bicicletas para passear, irem ao trabalho, à padaria, ao supermercado ( se você acha que estou dizendo bobagem, clique aqui). Paris tem quase 400km de ciclovias, Londres tem mais de 700km; nestas duas cidades há grandes eixos (ligando pontos importantes da cidade) com espaços previstos para as bicicletas. Há, ainda, um sistema público onde bicicletas são alugadas para que as pessoas percorram o centro de modo agradável e rápido sem gerar volume no tráfego (para entender melhor como funciona, clique aqui)

Em cidades mais bem informadas, o poder público incentiva fortemente o uso de bicicleta com o objetivo de melhorar a circulação urbana( isto é: diminuir o trânsito problemático, os congestionamentos), de diminuir taxas de poluição e de melhorar a qualidade de vida de pessoas. A bicicleta, como alternativa para pequenos deslocamentos ( até 8km), é vista como uma atitude característica de modos de vida mais saudáveis e sustentáveis.

Tudo bem que todas as cidades que citei são metrópoles, mas por que nossa provinciana Itapira não pode ter mais espaços para as bicicletas? Por que não repensar a cidade com uma perspectiva um pouco menos estreita, mais atenta às pessoas e menos aos carros, mais atenta ao paradigma do “trânsito problemático”, do aquecimento global?


Av. Gov. Mário Covas( Istor Luppi). As pessoas trafegam no canto da rua.

Redesenho da Av Gov. Mario Covas ( Bairro Istor Luppi) com ciclovia.

Av. Ari W. Cremasco hoje( próxima à Rodoviária)

Av. Ari Wilson Cremasco ( próxima à Rodoviária)


Olhares mais atentos já perceberam que ciclovias não estão dispersas aleatoriamente, mas geralmente ligam avenidas importantes, criando eixos de circulação. Além disso, a ciclovia faz parte de um projeto mais amplo de reconfiguração de espaços urbanos, que visa criar vias que valorizem o pedestre e veículos não motorizados( bicicletas, skates, patins, patinetes, cadeira de rodas), por isso a importância da arborização, das calçadas mais generosas e da sinalização própria.

Não é de todo insensato pensar a possibilidade de um grande eixo ligando a Av. Mário Covas( Istor Luppi) — Av. dos Italianos — Av. Ari Wilson Breda — Prof. Fenizio Marquini. E ainda um eixo ligando Av. Lions Clube(Sta. Marta) – Av. David moro Filho( Sta. Bárbara). Mas meu humor já melhorou, meu gás acabou e isso dá pano para um próximo post.

Só pra não perder o costume: uma questão de enquadramento

Num dia desses chuvosos (dias em que meu humor fica pior) eu andava pela margem da Av. Prof. Fenizio Marquini quando avistei o perfil de algo que me inquietou. Nossa cidade em breve vai ganhar um espaço cultural bem interessante: uma concha acústica, espaço para apresentações musicais, teatrais, um lugar pra ir de sábado à noite. Fiquei contente, com certeza vai estimular a vida pública local, vai estimular manifestações culturais ( inclusive se a Secretaria da Cultura quiser abrir o espaço para nós do Portal, temos amigos próximos de um grupo de teatro). Além disso, a construção vai valorizar o entorno e embelezar o bairro. A concha acústica, pelo visto, vai ter traços modernosos, curvas elegantes (que para serem executadas necessitam de aprimoramento técnico significativo), volumes que se sobressaem, uma forma com ar progressista.

Mas, logo ao lado da concha pousou algo que certamente foi esquecido do projeto e decidiram ali na hora como fazê-lo: uma construção com telhadinho quatro águas, bem antiquada, bem Brasil Colônia, que pra ser casa de sítio faltam só as varandas em volta. É verdade, talvez vai ser o bloco de banheiros necessário pra qualquer evento, mas precisava ser tão prosaico, tão retrógrado? Estão ali, um do lado do outro, sem conversarem em nada, o progressista e o provinciano!

Pode até ser frescura desse chato que quer achar defeito em tudo, mas não custava nada a mais ( literalmente não iria aumentar o orçamento da obra) fazer algo mais no nível, mais condizente com o restante do projeto. Mas tudo bem, ainda tem salvação: a gente faz um cartão postal ( pois a concha merece) cortando da foto a casinha de sítio.