terça-feira, 5 de abril de 2011

Só pra não perder o costume: uma questão de enquadramento

Num dia desses chuvosos (dias em que meu humor fica pior) eu andava pela margem da Av. Prof. Fenizio Marquini quando avistei o perfil de algo que me inquietou. Nossa cidade em breve vai ganhar um espaço cultural bem interessante: uma concha acústica, espaço para apresentações musicais, teatrais, um lugar pra ir de sábado à noite. Fiquei contente, com certeza vai estimular a vida pública local, vai estimular manifestações culturais ( inclusive se a Secretaria da Cultura quiser abrir o espaço para nós do Portal, temos amigos próximos de um grupo de teatro). Além disso, a construção vai valorizar o entorno e embelezar o bairro. A concha acústica, pelo visto, vai ter traços modernosos, curvas elegantes (que para serem executadas necessitam de aprimoramento técnico significativo), volumes que se sobressaem, uma forma com ar progressista.

Mas, logo ao lado da concha pousou algo que certamente foi esquecido do projeto e decidiram ali na hora como fazê-lo: uma construção com telhadinho quatro águas, bem antiquada, bem Brasil Colônia, que pra ser casa de sítio faltam só as varandas em volta. É verdade, talvez vai ser o bloco de banheiros necessário pra qualquer evento, mas precisava ser tão prosaico, tão retrógrado? Estão ali, um do lado do outro, sem conversarem em nada, o progressista e o provinciano!

Pode até ser frescura desse chato que quer achar defeito em tudo, mas não custava nada a mais ( literalmente não iria aumentar o orçamento da obra) fazer algo mais no nível, mais condizente com o restante do projeto. Mas tudo bem, ainda tem salvação: a gente faz um cartão postal ( pois a concha merece) cortando da foto a casinha de sítio.



                                      

Um comentário:

  1. http://www.cpflcultura.com.br/site/2011/04/05/a-ignorancia-do-%E2%80%9Coutro%E2%80%9D-%E2%80%93-jorge-da-cunha-lima/

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